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Um Turbilhão de #AMOR, por Tanya


28 de Junho 2023- Dia do Orgulho LGBTQI+


Tanya, cantora e instrutora de fitness, uma mulher de 43 anos, lutadora e sonhadora que nunca desistiu dos seus sonhos.

De famílias humildes e conservadoras sempre venceu o que a vida lhe pôs à prova.

Apaixonada pela música desde muito jovem, em que aos 16 anos teve a oportunidade de se destacar a cantar Edite Piaf, numa festa de escola percebeu que era o seu caminho. Através da Rádio Voz de Alenquer, consegui gravar o seu primeiro trabalho discográfico que se intitulava “Se fores um doce”, por Tanya Santos, e alcançou uma carreira musical até hoje.

Conhecida por ter integrado na década de 90 numa dupla musical as Tayti com o conhecido single “Mexe o Tutu”.

Participou no Big Brother Famosos 2, e vê essa participação como algo extraordinário em que a ajudou na sua carreira e a conheceram-na melhor.

Hoje, para além da música é instrutora de fitness e ama aquilo que faz.

Nesta entrevista ao Love With Pepper, Tanya abre o seu coração sobre a sua carreira musical e fala-nos de como é viver em AMOR.


O que é a música?

Para mim a música é paixão e algo que eu quando estou no palco, e o público canta as minhas músicas é tão gratificante e mágico que nem consigo explicar.


E as Tayti como nasceram?

Nasceu de forma muito peculiar, quando conheci a Romana tornamo-nos amigas inseparáveis e comecei a fazer as primeiras partes dos espetáculos delas estava lá o José Félix que me convidou a fazer parte para uma integrar dupla musical e na altura achei que fazia sentido e aceitei, assim nasceram as Tayti.

Considerada na década de 90 uma dupla musical de sucesso e foram as sexy symbol como se reage a isso?

Na altura, tinha 18 anos e era muito jovem e não tinha essa noção e também só conhecia Alenquer que era uma terra muito pequena.


Como lidava com o assédio?

Não sofri de assédio, porque tínhamos um homem como o José Félix que nos protegia, ajudava e defendia-nos de pessoas inconvenientes.


Fazer amor ao som da sua música?

Não!!!(risos) Aliás quando estou a dar aulas de fitness, embora os meus alunos me peçam eu não consigo ouvir a minha música. Pode ser com outra música, mas não a minha.


Considera que o facto de assumir a sua orientação sexual a prejudicou na sua carreira musical?

Jamais e acho que até me ajudou. Quando o fiz não foi com o intuito de beneficiar ou prejudicar, mas quando se tornou publico foi bom. No entanto, até foi benéfico porque tenho ajudado muitas pessoas que vêm ter comigo a contar as suas histórias.


A música é um bom afrodisíaco?

Óbvio e adoro a música como afrodisíaco.



O que é a homossexualidade?

Para mim não é uma palavra muito bonita e também não é uma palavra que nos define. Na minha opinião, considero que nós humanos gostamos de pessoas e como sempre vi a homossexualidade, neste momento estou com a mulher da minha vida e sou muito feliz.


Com que idade começou a perceber a sua sexualidade?

Comecei a perceber aos 23 anos.


Chegou a ter relacionamentos com homens, alguma vez confundiu a sua homossexualidade com bissexualidade?

Tive namorados até aos meus 23 anos, em que também tive uma namorada e depois dessa namorada, voltei a estar com um rapaz, mas como disse gosto de pessoas e só quero estar com a minha mulher e nunca confundi ser homossexual de ser bissexual.


Como é que a sua família reagiu?

Foi horrível, porque tinha receio que os meus pais não iriam aceitar, porque nasci numa família tradicionalista, humilde. Só aos 30 anos achei importante assumir em que a minha Mãe não reagiu muito bem, mas o meu Pai aceitou e disse-me que me iria sempre amar da mesma forma independentemente do que fosse.


Como começou a sua história de amor com a sua companheira?

Começou de uma forma muito engraçada. Um dia ela veio falar comigo num Karaoke e abordou-me a dizer que eu era uma das Tayti e não gostei muito da forma como ela abordou-me e tratei-a menos bem. Passado algum tempo, já eu estava separada de uma pessoa, mandei-lhe uma mensagem via online e a partir dessa mensagem combinamos um café e até hoje somos inseparáveis e casadas!


O sonho da maternidade vive em si?

Sim e já foi tema de conversa há 4 anos atrás, mas voltei a cantar e o tempo a passar. Gostava muito de ser Mãe, nem que seja pela via da adoção, quero muito dar amor a uma criança.


Como é que lida e gere a olhares preconceituosos?

Por acaso não tenho tido e não tenho sentido, porque sou uma pessoa muito discreta. Gostar de pessoas do mesmo sexo, não é algo que irá prejudicar alguém é simplesmente querermos ser felizes e identificarmos com essa pessoa e seguirmos em frente em busca da felicidade.


Considera que a nossa sociedade portuguesa aceita melhor os assuntos LGBTQI+?

Estamos a evoluir e no caminho certo, porque quando eu me assumi em 2013 em que comecei a perceber que gostava de mulheres do mesmo sexo, ainda era tabu, hoje já se fazem casamentos do mesmo sexo.


O que podemos esperar de si?

Uma pessoa verdadeira, amigo do amigo para o bom e o mau e costumo dizer que sou o espelho daquilo que sou. Sinto-me uma mulher muito feliz, porque tenho tudo de bom à minha volta.


O que é o AMOR?

Para mim o amor é visto de várias formas, mas é um sentimento que traz e nutre a minha tranquilidade.


O AMOR vence o preconceito?

Claro que sim, porque se as pessoas se amarem-se a si mesma irão amar e entender a vida do próximo e foi o que aconteceu comigo. Estando eu numa casa em que as pessoas sabiam a minha orientação sexual nunca me desrespeitaram e aceitaram-me tal como sou, isso é AMOR.


Tanya, Cantora e Instrutora de Fitness

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