Traumatismo renal
As lesões renais ocorrem em cerca de 10% dos traumas abdominais, sendo o mecanismo de lesão mais comum, o trauma fechado. Devido à sua posição, protegido anteriormente pela costela e posteriormente pela exuberante musculatura paravertebral, para que haja lesão renal, a força de impacto deve ser grande, e ocorre portanto, em pacientes graves. São observadas lesões de outros órgãos em cerca de 80% dos casos e os índices de mortalidade estão entre 8 e 29%.
Deve-se compreender, portanto, que a lesão renal quase sempre é um dos aspetos a ser considerado de quadros clínicos complexos onde, muitas vezes existem lesões de outros órgãos cujo tratamento deve ser priorizado. É bastante frequente, portanto, que estes pacientes necessitem ser encaminhados com urgência ao procedimento cirúrgico, não sendo possível sequer a realização de investigação complementar por exames de imagem.
O principal sinal de lesão do trato urinário em casos de traumatismo é a presença de sangue na urina, que ocorre em cerca de 80% dos pacientes. Outros achados frequentes são a presença de hematomas ou escoriações na região lateral do abdome (flanco) e fratura de arcos costais.
As complicações decorrentes de trauma renal são raras. Entre elas as mais comuns são a formação de hematomas e coleções de urina que podem se infetar e formar abcessos. Podem ainda ocorrer durante o processo de cicatrização, obstrução das vias urinárias com dilatação renal (hidronefrose) e, a longo prazo, hipertensão arterial.
Dr. Frederico Branco, Medico Especialista em Urologia
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