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Solange F, O Amor não tem Género nem Orientação


Solange F, Dj, ex apresentadora de televisão e do programa Curto Circuito. Mãe de Nuna, de 13 anos e pioneira do projeto “Bugout” a caça aos piolhos.


Em 2008, recebeu o Prémio Arco-Íris da ILGA Portugal e o Prémio Média da rede pelo seu papel na luta contra a homofobia e pelo seu contributo para uma democracia mais aberta, inclusiva e verdadeira, baseada na valorização da diversidade e na igualdade de direitos.


Solange F. tem um mestrado em Psicologia Clínica, trabalhou como atriz, estagiou na APAV, tem desenvolvido trabalho pela visibilidade lésbica e na luta contra a homofobia e o bullying em Portugal.


Lésbica assumida, engravidou e sente-se grata à vida por poder disfrutar deste dom maravilhoso que é ser Mãe. Assume-se como mãe babada e não poupa nos elogios a Nuna.


Nesta entrevista ao Love With Pepper, Solange, abre o seu coração e conta-nos como é ser Mãe numa família monoparental e os desafios que esta os traz.


Como nasceu o seu projeto “Bugout” a caça aos piolhos?

O Bugout nasceu em 2017 por uma questão de necessidade. Como na altura não existia ninguém que tratasse de piolhos e lêndeas comecei a pesquisar. Foi num filme que vi e depois disso, fui para os Estados Unidos mais propriamente na Flórida, tirar uma formação e trouxe para cá este projeto pioneiro.


Para si o que é a homossexualidade?

São duas pessoas do mesmo sexo ou género que se amam e têm uma relação afetiva, emocional, sexual e íntima.


Com que idade é que começou a perceber a sua homossexualidade?

Foi por volta dos 17/ 18 anos.


Como foi assumir a sua homossexualidade?

Assumi de uma forma natural, nem sequer foi preciso haver uma exposição ou falar sobre o tema, pelo facto de estar e conviver mais com mulheres, foi mais fácil.


O que é ser Mãe?

É entregar todo o meu amor a um ser que gerei e criei. É agradecer por todas as alegrias e desafios, com todos os dias que tentamos que sejam eternos e mesmo com aqueles que desejamos que terminem depressa!




Como define a sua filha Nuna?

A Nuna é uma menina cheia de personalidade, inteligente, supersensível, muito emocional, meiguinha e com um coração de ouro. Com 13 anos, ainda está a desenvolver a sua personalidade, mas nota-se um temperamento muito sociável com uma grande alegria de viver.


Quais são os seus receios na educação da sua filha?

Por mais que eu a queira proteger, ensino-lhe que não consigo a proteger de tudo o que lhe vai acontecer e que ela terá que saber resolver as situações. Os meus maiores receios é que ela não seja autónoma e que encontre alguém na vida que não a respeite.


Como é que a sua filha vê a sua homossexualidade?

Vê e age de forma perfeitamente normal e hoje em dia os miúdos estão mais abertos e têm uma consciência muito mais diversificada do tema sexualidade do que na minha altura. Na realidade os jovens, hoje, vivem de uma maneira mais descomplexada, diversificada e muito mais aberta, é muito mais inclusiva.


Considera que a figura paterna é importante na educação de uma criança?

Óbvio que não. Hoje em dia, não vejo o conceito de família “tradicional” e patriarcal em que o homem saía para trabalhar e a mulher ficava em casa a cuidar dos filhos. Existe um variado leque de famílias diversificadas e o importante é que as crianças sejam amadas, educadas e respeitadas quer a nível familiar, escolar e social.


Considera que a maternidade homossexual é aceite na nossa sociedade?

Não. Embora esteja a crescer e a evoluir em determinados pontos. Esta geração mais nova tem uma maior capacidade para aprender e abrir o seu leque de conhecimentos e aceitar tudo de uma forma mais natural devido à comunicação social, escolas e televisão.


Quais os desafios e preconceitos, nos dias de hoje, que desafiam uma família homoparental?

A nível de documentação existe muita burocracia: formulários de escolas que são estereotipados (com o nome da mãe e o nome do pai) e documentos que encaixam o género em apenas escolha binária (homem ou mulher), não permitindo abertura para os não binários ou mesmo os trans.


O amor parental tem género e orientação?

O amor não tem género: é puro e simples. É onde se encontra o único amor incondicional que o ser humano possa ter.



Como define a palavra AMOR?

É sentir o meu coração bater fora do meu peito.


O amor vence o preconceito?

Sim, o amor vence tudo. É como aquela frase “Todas as histórias de amor têm um final feliz”, caso não tenham esse final é porque a história ainda não acabou!

Solange F., Ex. Apresentadora, Empresária


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