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ROTINA OU CONFORMISMO?



Não há relações perfeitas, ou melhor, há, são aquelas onde existem discussões, zangas, partilha, amor e comunicação. Há relações perfeitamente imperfeitas. Se algum dia ouvires algum casal dizer que nunca discute, que estão sempre felizes, que não existem embirrações e tudo corre às mil maravilhas, desconfia porque das duas uma: ou são conformistas ou são conformistas!


A rotina, não é apenas um conjunto de tarefas e ações planeadas, mas sim um conjunto de tarefas e ações planeadas, tarefas e ações não planeadas e tarefas e ações de organização, reflexão e planeamento. Uma boa rotina adapta-se às tuas necessidades e não o contrário. E numa relação a rotina é algo que deve estar presente. Porque as rotinas acrescentam. Todas as minhas sextas-feiras, por exemplo, tem uma rotina, São a rotina para me dedicar em exclusivo à minha relação porque, como qualquer relação, ela precisa de ser alimentada e nutrida. Incluir apenas na minha rotina atividades profissionais, não acrescenta nada de positivo ao equilíbrio da minha vida. Isto porque a rotina se prende com a organização geral do meu dia-a-dia.


A rotina está intrinsecamente ligada ao viver a vida de uma forma regrada, prática e simples, garantindo mais equilíbrio e segurança. E isto é essencial para sermos felizes. Naturalmente que tenhas uma rotina super disciplinada, ela deve ser adaptada às tuas necessidades. No meu caso, dedico todas as sextas-feiras à minha relação, mas se algum de nós tiver algum compromisso que exija a antecipação do nosso encontro, nós fazemo-lo.


A rotina permite-te organizares para seres mais feliz, adaptado e acima de tudo para conseguires que todas as coisas que são importantes na tua vida, sejam incluídas no teu dia-a-dia: família, relações, amigos, trabalho, hobbies...


Mas uma rotina é importante para uma relação?


A rotina é essencial para uma relação. Relações onde os dois remam para lados diferentes, dificilmente chegará a bom porto. Jantarem juntos todos os 1 dias, é uma rotina. Verem filmes todos os sábados à tarde, é uma rotina. Na hora de se deitarem, adormecerem abraçados, é uma rotina.


A verdade é que a rotina é vista como uma vilã nas relações, mas ela nada tem a ver com monotonia. Criar rituais em conjunto é muito saudável para a relação, cria sentimento de pertença, boa comunicação e é reconfortante. A previsibilidade é saudável quando bem explorada e quando é construída em comum acordo.

Conformismo é exatamente o oposto! Segundo o dicionário conformismo é passividade. É um comportamento ou tendência de se conformar, de aceitar, sem se opor a uma situação indesejada. É um modo de agir da pessoa que aceita, sem discutir, normas ou valores pré-estabelecidos.


Esta definição é perfeita para ilustrar tudo o que não deve existir numa relação.


Uma relação conformista é aquela que já deixou de lutar, de investir nos projetos a dois, de transformar a sua história. Não existe qualquer sentimento de responsabilidade sobre levar a relação para outro patamar.


Quanto estás conformado, aceitas tudo o que acontece à tua volta sem questionares, mesmo que isso vá contra os teus valores, ideais e ambições. Simplesmente não queres saber e muito menos de te dares ao trabalho de mostrares o teu ponto de vista.


A partir do momento em que uma relação cai no conformismo, simplesmente deixa de haver comunicação, partilha, empatia ou outro qualquer sentimento ou emoção que possa trazer entusiasmo ao casal.


O conformismo é a primeira armadilha mental que faz com que o casal não reaja a qualquer problema que esteja a passar, e que o aceite de forma absolutamente passiva a todas as dificuldade e circunstâncias. Ele é o pai das desculpas!


Então, quando pensares em dizer “a minha relação está a entrar em rotina”, lembra-te que ela se adapta às tuas necessidades e, por isso, inverte o pensamento para “como posso adaptar a minha relação a esta fase da nossa vida, com boas rotinas?”. Sê aquela pessoa que tem a liberdade de escolher viver a rotina com alegria e não sejas aquela pessoa que se entrega às amarras do conformismo.


Dr. Eduardo Reis Torgal, Coaching

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