Pedro Guimarães, a Alma e a Arte Plástica
Atualizado: 20 de set. de 2022
Pedro Guimarães, artista plástico nascido em 1974 em Guimarães, com formação na área das artes, do design e do desenho criativo. A sua obra é baseada numa linguagem criada por si, onde expressa o seu próprio conceito, onde associa os conceitos às cores, as formas e a simbologia com o absoluto da sua arte.
Pelo prazer, satisfação e liberdade de criar, Pedro recorre a variados recursos e materiais procurando nestas técnicas inesperadas.
O artista trabalha com conceitos e atitudes, sendo a ousadia e a rebeldia elementos sempre presentes. Nas suas obras a originalidade não para de surpreender o publico.
Nesta entrevista Pedro Guimarães mostra-nos como é que a arte é uma fonte de inspiração que vai muito além do que as pessoas pensam.
Como se define como Homem?
Sou sensível, cuidador e atento, considero-me um ser em constante evolução.
Quando é que decidiu entrar no mundo da arte?
Fiz a minha primeira exposição aos 16 anos e desde aí nunca mais parei.
Qual o tipo de arte que faz?
A arte que faço reflete um bocadinho na minha vida, misturo aquilo que vejo, que imagino, com o que sinto.
Costumo dizer que sou uma espécie de poeta e narrador ao mesmo tempo, também crio uma linguagem própria que reflete na linguagem não verbal que á a arte.
Quais as suas fontes de inspiração?
A minha vida, a minha família, os que me rodeiam.
Que histórias o Pedro cria nas suas obras?
As histórias que me contam, tudo o que me rodeia influência aquilo que faço e serve como inspiração.
Como caracteriza as suas obras?
As minhas obras são caracterizadas pela diferença de materiais, por ângulos diferentes, pela forma como interagem.
Normalmente, como são ativas exigem que o observador muitas vezes descubra a obra e que tenha que movimentar-se, as minhas obras são obras com movimento.
O que faz sentido quando pinta?
Habitualmente, quando pinto é como se tudo se alinhasse, gosto de pintar com música, tranquilidade.
Sem dúvida que o meu trabalho leva a um estado de espirito que me permite chegar a níveis intelectuais, de comunicação e de expressão que eu consigo obter para realizar as minhas obras.
Considera as suas criações artísticas excitantes do ponto de vista intelectual?
No meu ponto de vista intelectual, as minhas obras são excitantes para quem observa, faz com que as pessoas queiram conhecer mais, saber mais e toda aquela cor de toda aquela transição de imagem, provoca uma excitação para o observador.
De que forma a arte inspira o amor e a sexualidade?
Os amores e as sensações são o que me inspira com artista.
De que fora é que aborda a sexualidade e o erotismo nas suas criações?
Durante muito tempo realizei quadros com corpos, com nus e essa sensualidade e erotismo abordados também transpiravam sensações e estados de espirito.
Considera a maneira como se expressa através da suas obras, se é uma forma de excitação para si?
A verdade é que é uma forma de expressão é muito forte. Eu acabei por juntar o figurativo, com o abstrato, com os corpos. Na realidade vejo isso como a minha forma de excitação.
Quais as suas primeiras experiencias para além da arte ?
Gosto de experimentar outras artes e de ver outras coisas diferentes.
Além da arte plástica, que outro tipo de arte lhe desperta?
A minha arte preferida é a dança, no meu ver considero que a expressão corporal é algo brutal, em que me desperta muito interesse e também é uma forma criativa de comunicação.
De que forma a arte influência o seu quotidiano?
A arte no meu quotidiano tem um papel importantíssimo. Eu vivo da arte e desde o momento em que entro no meu atelier até ao momento em me deito, basicamente em que a arte está presente.
Quais as experiências com arte que foram mais importantes para si?
De facto aconteceram experiências fantásticas como viagens. Tive o privilégio de viajar muito, conhecer muitas pessoas , viver experiências diferentes.
Qual o significado e objetivo das peças que cria? Quais as temáticas?
Os temas das minhas peças são muito diferentes , porque se a nossa vida fosse sempre igual também era uma monotonia, gosto da diferença.
Considero que a variedade é um tipper da vida. É importantíssimo abordar temas que marcam a diferença, porque para quem dá a sua vida à arte, é realmente importante que não nos saturemos daquilo que estamos a fazer.
O que pretende provocar no público que contacta com as suas criações? Mudar comportamentos? Criar boas práticas ? Ou simplesmente libertar a imaginação e a criatividade do recetor?
Como é evidente quando eu comunico quero dizer algo, quero que quem veja o meu trabalho, também interprete aquilo que eu faço e perceba o quero transmitir.
Não quero mudar o mundo com o meu trabalho, mas a forma como abordo a arte é uma forma positiva, esperando que tenha um efeito positivo no público.
Acho que feedback do meu público é brutal, sinto-me lisonjeado pelo meu trabalho, o que é maravilhoso.
Qual a sua opinião sobre a utilização da sexualidade na arte?
É uma forma de expressão preciosíssima.
A arte pode ser um bom afrodisíaco?
Claro que sim, pode-se acrescentar, criar laços, comunicar certos assuntos que a forma mais verbal e expressiva não o consiga transmitir.
Quando se fala da parte mais intima, também pode ser uma forma diferente de explorar emoções.
Isso de ir à procura de sensações e alcançar patamares de excitação e de ligação diferentes do comum, a arte tem esse poder de comunicar de forma diferente.
Quando comunicamos bem, o interlocutor expressa-se bem e quem recebe a mensagem, também é capaz de assimilar e responder. Tudo isto é uma linguagem que cria laços de união que combinam com o amor e com emoções/ sensações que acontecem e fluem naturalmente.
Realmente é um privilegio, entender a arte na sua plenitude e usufruir desta em todos os campos da vida, desde o mais supérfluo, ao mais básico, ao mais simples, ao individual até ao mais intimo.
Por isso, considero que eu, como Homem, sou mais completo porque sou artista!
Pedro Guimarães, Artista Plástico
Comments