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Pedro Chagas Freitas, A Raridade das Coisas Banais


Pedro Chagas Freitas, natural de Guimarães, com 43 anos. É escritor, jornalista, formador na área da escrita criativa e orador. Com quase 40 livros publicados, é um dos autores mais lidos e respeitados em Portugal e em países como a Itália, o Brasil ou o México, com vendas superiores a um milhão de cópias em todo o mundo. Venceu um Prémio Bolsa Jovens Criadores do Centro Nacional de Cultura em 2006, é o fundador do Campeonato Nacional de Escrita Criativa. Além da escrita, é palestrante e é o autor da stand-up tragedy Sim, eu Empurro Portas que Dizem Puxe, com a qual tem percorrido o país. Criou dois jogos de escrita criativa — A Fábrica da Escrita e o Supergénio. Publicou, entre muitos outros, livros como Prometo Falhar, um dos seus romances mais conhecidos e publicado em vários países, O Amor não Cresce nas Árvores, M#rda! Amo-te, É Urgente Amar ou Foste a Maneira Mais Bonita de Errar.

Assume-se uma pessoa como as outras em que escreve e gosta de estimular a escrita. Onde passa a vida a contar histórias e a ler histórias e tentar compreender quem é e quem somos.

Nesta entrevista fala-nos como desenvolve e o amor e a entrega pela escrita e da sua última obra A raridade das coisas banais, uma história em que o leitor nunca se sente sozinho.


Define-se um Homem romântico?


Prefiro definir-me como um homem apaixonado em que preciso de estar apaixonado, pelas pessoas que amo, pelos projetos em que entro, pelos sonhos que persigo. Resumindo sou movido a paixão.


Qual foi a sua maior loucura por amor?


Mudar de vida, mudar tudo, tudo por amor e por amar.


A escrita é uma boa arma de sedução?


A escrita é uma arma poderosa e de sedução também, em que considero que sempre o foi e será. No entanto, há um lado fascinante, um jogo de espelhos, de descoberta, atrás de cada texto, no qual as palavras que lemos lêem-nos.


Considera que a forma como se expressa através da sua escrita é uma forma de excitação para si?


É uma forma de vida, em que vivo milhares de vidas quando escrevo, e vivo-as em pleno: sofro, canto, rio, excito-me. Vivo o que escrevo como se fosse real — e, porque o sinto, torna-se mesmo em real, o que é maravilhoso.


O seu público é maioritariamente feminino . Qual o seu segredo para atrair o público feminino?


Não o sei explicar, mas o certo é que o público dos livros de ficção é, em todo o mundo, maioritariamente feminino. Tenho conhecimento que aos poucos isso tende a desaparecer, e eu já o venho a sentir. Ainda há, em alguns casos, uma ideia parva que segundo ao qual os homens não choram: não devem mostrar que sentem, que sofrem, mas isso vai mudar e tem que mudar.


Sente que cada vez mais homens procuram os seus livros?


Sim, todos os dias. Quer por mensagens, comentários, por aparecerem muito mais nas sessões de apresentação e de autógrafos.


De que forma é que aborda a sexualidade e o erotismo nas suas obras?


Da maneira que cada personagem o exige. Sou aquelas personagens quando as escrevo, em que algumas são selvagens, outras mais carinhosas, outras mais frias, outras mais quentes, outras usam palavras mais fortes, outras mais suaves. Dado que cada pessoa tem os seus mecanismos, os seus passos, as suas danças de prazer. Eu danço com cada uma delas.


Alguns dos seus livros foi inspirado em vivências pessoais?


Somos sempre o que escrevemos, mesmo que seja indiretamente. Normalmente, estou espalhado em todos os meus livros, umas partes nuns, outras partes noutros. No qual, faz parte do processo, saliento que mais ainda, em que faz parte da magia.


Já aconteceu de alguma leitora o abordar dizendo que os seus livros ajudaram a nível sentimental ou sexual?


Muitas vezes, quer em leitoras, quer em leitores. Curioso, em que o lado prático do que faço, é perceber as reações, as mudanças, que um livro, um texto, pode trazer a quem o lê. Simplesmente, é maravilhoso e inesperado. Penso que quando escrevo nunca estou a pensar no que vou provocar no leitor, apenas estou a senti-lo como se fosse meu, porque o é. No momento, em que consigo ver como mexe com quem o lê é avassalador, uma experiência brutal.


Acha que ainda existem tabus na escrita erótica?


Existe sempre. Na nossa sociedade o sexo ainda assusta, sabe-se lá o porquê. Aos olhos desta, vê-se como obsceno um mamilo e não um estalo ou um murro. Só a dor, a maldade, é que são obscenas.


Vê-se a escrever um livro erótico, baseado nas suas experiências sexuais?


Neste momento não. Até porque para mim o erotismo está nas pequenas coisas: na soma das pequenas coisas. Nesse sentido, todos os romances têm de ter o erotismo.


Na sua intimidade usa a leitura como inspiração ou recorre a outras formas? De que forma a literatura inspira o amor e a sexualidade?


Sou o que leio e o que vivo. Por isso tudo o que faço, em tudo na minha vida, é também inspirado nisso: nas minhas leituras.


Apesar de usar as redes sociais em forma de divulgar o seu trabalho, considera que nos dias de hoje as redes sociais são uma forma de encontrar o amor ou é um meio mais fácil para a traição?


As ferramentas, os instrumentos, são o que as pessoas fizerem deles. As redes sociais são excelentes e horríveis ao mesmo tempo e depende do que fizermos com elas, está na nossa consciência.


Se tivesse que aconselhar um dos seus livros para quem está a passar por crise afetiva, qual dos seus livros aconselharia?


O último, A Raridade das Coisas Banais, sem querer, e como o Zé Manel escreveu sobre o livro, creio que criei um Manual de Primeiros Socorros, para um mundo carente de afetos, de paixão, de sonhos.

Tenho conhecimento que já alguns psiquiatras e psicólogos estão a usá-lo como ferramenta.




De todos os livros que escreveu qual o seu livro favorito?

O meu último , A Raridade das Coisas Banais.


Exceto os seus livros, qual o favorito? Tirando os meus, é sempre impossível escolher só um, mas neste momento, neste exato momento, escolheria A Solidão dos Números Primos. Mas daqui a uns minutos já pode ser outro qualquer! (Risos)


Dos todas as suas obras qual foi aquela que teve mais sucesso no público feminino?


Não consigo dizer mesmo, no sentido que não tenho dados para isso. Mas espero que seja já A Raridade das Coisas Banais. (Risos)

Que conselho daria a quem está à procura do amor?


O amor está atrás do banal, nunca do extraordinário. A felicidade é uma soma significante de coisas insignificantes.


Um livro pode ser ou não um bom afrodisíaco?


Pode, claro. Um livro pode mexer connosco de todas as formas: porque não dessa também?


Pedro Chagas Freitas, Escritor

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