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O Estilo e a Elegância na Mulher, por João Rôlo



João Rôlo, é costureiro e tem o seu atelier em Lisboa.

Atraído pelo Design, de que nunca se afastará, ingressa muito jovem na Escola Artística António Arroio. Aí frequenta o Curso de Equipamentos de Interiores e, dois anos depois, o de Engenharia Têxtil, onde é, pela primeira vez, confrontado com o fascinante mundo dos tecidos e da moda.

Com 59 anos de idade e 38 de carreira, trabalha especialmente para países do Médio Oriente, Rússia, Vietname, Mónaco, Austrália e Angola. Muitas estrelas internacionais passaram a vestir os seus vestidos - cheios de plumas, bordados, lantejoulas, pérolas e cristais- nas maiores red carpets do mundo.

O seu percurso e evolução são reflexos da sua persistência, teimosia, perfeccionismo e humildade. Não se considera uma pessoa de extremos nem de exibicio­nismos. Não tem grandes luxos. Rigoroso no seu trabalho, tenta não criar falsas expetativas e luta por ter bom nome no estrangeiro.



Salienta que o mais importante na vida é sermos felizes e hoje João é um homem muito feliz! Não se deixa derrubar, segue a sua intuição e devido à sua teimosia e persistência considera-se melhor no que faz.

Nesta entrevista ao Love with Pepper, João Rôlo fala-nos da essência, da beleza da mulher e o que existe de comum entre a moda e a sexualidade.


Como define o seu percurso de vida, aos 59 anos?

Tenho uma carreira de 38 anos, que tem estado sempre em ascensão, em que a minha empresa João Rôlo Atelier Haute-Couture se tem vindo a ajustar a vários mercados. Procuro dar sempre o melhor de mim às minhas clientes, tentando sempre cumprir com os meus objetivos e levar este caminho em frente, apesar das pandemias e das guerras que temos vindo a sofrer.





Como define a moda?

Para mim a moda é uma forma de estar na vida.


O que o inspira na moda e na vida?

Tudo o que me rodeia; pessoas, viajar, etc. Sem dúvida alguma que as viagens que faço são os meus exercícios de criatividade, absorvo tudo e estímulo a minha mente. É aí que vou buscar a minha inspiração. Também gosto muito de observar as pessoas. Muitas das minhas clientes chegam ao atelier para fazer um vestido e não sabem bem o que querem. Eu, com a minha avaliação psicológica, vou sempre ao encontro do que elas procuram. Por isso, adoro a psicologia humana e através do que faço estudo o ser humano.


O que o fascina na mulher, para realizar trabalhos só para ela?

O universo feminino é um universo enorme e muito completo. Pelo menos na altura que comecei a trabalhar na moda, e mesmo até aos dias de hoje. Embora a moda do homem esteja a evoluir e a abraçar-se ao mundo feminino. No entanto, o mundo feminino engloba tudo, como: maquilhagem, cabelo, malas, sapatos, entre outras coisas, e dá-me mais gozo. Nesta área é mais explorada a minha criatividade, que é também muito mais explorada nas mulheres. Preenche-me mais.


Qualquer mulher pode vestir João Rolo?

Claro que sim!


O que difere o João Rolo dos outros costureiros?

O que me distingue dos outros costureiros é a minha técnica, a rigidez, a perfeição, os acabamentos que eu dou às minhas peças e também o facto de as confecionar de uma forma tradicional e que as torna mais sofisticadas, pelos materiais e tudo o que uso.


O que o excita no seu processo de criação?

Sem dúvida alguma que o que mais me fascina é a mistura de materiais. Quando viajo trago sempre imensos materiais. O meu processo criativo vem sempre desses materiais, quando crio tiro tudo das gavetas e a minha sala fica um caos, mas é assim que a minha mente funciona.



De que forma é que a moda inspira o amor e a sexualidade?

Não sinto que a minha inspiração venha através desses canais. Sim, gosto de salientar as curvas de uma mulher, buscar o lado feminino e costumo dizer que consigo despir uma mulher, sem nunca roçar o ordinário e vulgar, porque as minhas peças têm muito esse equilíbrio. Se destapo de um lado, cubro do outro. Tento não defraudar e nunca ferir visualmente a minha criatividade.


De que forma é que aborda a sensualidade, o erotismo e a sexualidade nas suas criações?

As minhas criações são tão bonitas que não têm a ver com esses pontos. Acho que o corpo feminino é tão encantador e elegante que, bem explorado, é um hino à beleza.



Cada vez é mais abordado o conceito de “sem género” no mundo da moda, qual a sua opinião em relação a este tema?

Não gosto, não concordo, mas não crítico. Acho que foram criados dois géneros o masculino e o feminino, não me estando, sequer, a referir em termos sexuais. Nos anos 70, quando o Yves Saint Laurent criou o smoking para a mulher, esta ficou fantástica e maravilhosa, enquanto que um homem de saia e de saltos altos, não é elegante; não é bonito, delicado e nem sequer tem estrutura. Esta nova geração nasceu com as tecnologias, a informação, a internet, mas não têm noção do que é a realidade das coisas.


Qual a sua opinião sobre a utilização da sexualidade na moda?

Existe uma conjugação da ficção para a realidade e acho que um dia isso irá acontecer e vamo-nos dar mal. A pessoa pode estar despida e não perder os seus valores, como pode estar despida, com a perda total de valores. Sou costureiro, estou na moda e tenho acompanhado a evolução, mas não abro mão daquilo que são os meus princípios, nos quais consigo atualizar-me e evoluir no meu trabalho de criação.



Quem é que ainda não vestiu as suas peças e que o João gostava que vestisse?

Não há atualmente ninguém, conforme tenho evoluído, o universo vai-me presenteando e oferecendo-me bons presentes. Mas quando comecei queria muito vestir a Isabel Presley e a Naty Abascal, que para mim são dois ícones da moda, e consegui vesti-las.


A moda é um bom afrodisíaco?

Pode ser, porque um afrodisíaco pode ser algo que nos pode ativar as nossas partes sensoriais, sejam elas de uma forma sexual ou noutro sentido. A roupa pode ser, quer seja de homem ou de mulher, se estiverem vestidos de certa forma e forem apelativos, para estimular a libido nas pessoas.


João Rôlo, Costureiro

Website: www.joaorolo.pt




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