MEDICAÇÃO – BOA PARA A SAÚDE, MÁ PARA O SEXO?
Como Terapeuta Sexual, recebo vários pedidos de ajuda de pessoas completamente desesperadas por apresentarem algum tipo de dificuldade sexual. Muitas vezes, durante a anamnese, quando é feita a questão “está a tomar ou tomou alguma medicação, recentemente?”, a resposta é positiva.
Não é raro encontrar pessoas que desconhecem os efeitos que a medicação tem na sua resposta sexual.
Muitos médicos estão tão focados no tratamento que acabam por não alertar sobre o impacto que essa condição de saúde e/ou prescrição de medicação poderá ter na vida sexual dos seus pacientes. Além disso, muitos médicos evitam tocar nas questões da intimidade sexual por desconhecimento, desconforto em falar do assunto, falta de tempo, ou receio de serem mal interpretados pelos seus pacientes.
Esta atitude, pode levar a um aumento de ansiedade, medo, frustração, irritação e alteração do estado de humor, destas pessoas se começarem a surgir dificuldades sexuais para as quais não encontram causa aparente.
De uma vasta lista de fármacos que podem ter impacto direto na sexualidade estão os seguintes:
Anti-hipertensivos – podem causar diminuição do desejo sexual, dificuldade de lubrificação e anorgasmia;
Diuréticos – podem causar dificuldade de excitação (disfunção erétil);
Ansiolíticos – podem causar diminuição do desejo sexual e dificuldade na excitação sexual;
Antidepressivos – podem causar diminuição do desejo sexual, dificuldade ou ausência de ejaculação e/ou do orgasmo;
Antipsicóticos – podem causar diminuição do desejo sexual e dificuldade na excitação sexual;
Anti-histamínicos e analgésicos – podem causar dificuldade de excitação sexual, de lubrificação vaginal e orgasmo;
Antiulcerosos - podem causar diminuição do desejo sexual;
Antineoplásicos - podem causar diminuição do desejo sexual;
Tratamentos hormonais (estrogénios, esteroides e corticoides) – podem causar dificuldade de excitação sexual;
Se está a ser medicado(a) e apresenta alguma dificuldade sexual, fale com o seu médico. A maior parte dos fármacos tem alternativas que não afetam a resposta sexual. Muitas vezes, permitimos que alguns efeitos secundários, associados a uma medicação, persistam porque não os reportamos ao nosso médico!
Dr. Fernando Mesquita, Psicólogo Clinico e Sexólogo
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