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Maísa Champalimaud, o Amor pela Arte


Maísa Champalimaud, luso-brasileira, trabalha e reside em Lisboa. Coloca arte em tudo o que faz, desde as suas histórias, as suas obras, os seus cozinhados e até ao receber amigos na sua casa.

Apaixonada por viagens e por cães, é uma excelente contadora de histórias.

Procura através das potencialidades da pintura, trilhar um caminho de autoconhecimento.

Por trás das suas linhas, foi influenciada decisivamente por tudo o que viveu: quer na forma, força, vibrações, cores e temáticas das suas obras.

Em criança, sonhava ser atriz ou pianista, mas acabou por explorar a arte sob a forma de pintura.


Quando é que decidiu entrar no mundo da arte?


Como costumo dizer que até aos meus sete anos vivi um sonho no qual nunca percebi bem onde estava, se no Brasil ou em Portugal. Desde criança sempre gostei de comunicar. Considero-me uma contadora de histórias. Quase sempre, quando recordo os meus sonhos, estou a contá-los e quando começo a falar não me calo! (risos)


Quando olho para o passado, não tenho qualquer recordação de não estar a fazer algo relacionado com as artes quer seja a fazer teatro, a mascarar-me, a pintar... Naquela altura, também sonhava em ser pianista.

Uma certeza eu podia ter: a minha vida estaria definitivamente ligada às artes, apesar da minha família achar que a pintura era apenas um hobby!

Então conheci o Mestre de Pintura em Cascais, Luís Guimarães, e passei a ter aulas com ele. A partir desse momento, tinha a certeza do que queria fazer para o resto da minha vida.


Qual o tipo de arte que faz?


Até aos dias de hoje a pintura foi a minha forma de expressão, apesar de me ter me aventurado em uma ou outra faceta das artes plásticas, por exemplo, na escultura. Não desconsidero a possibilidade de diversificar futuramente o meu trabalho, mas por enquanto, considero-me uma pintora. Pinto sempre para mim.

Adoro ver pinturas que transmitem magia e vida às casas das pessoas. Normalmente não costumo pensar em para quem pinto...Pinto porque é uma inquietação particular. Pinto porque não há outra maneira de viver.


Quais as suas fontes de inspiração?


As minhas pinturas são o reflexo de tudo o que vejo, sinto, viajo, penso... de todas as experiências que fazem de mim quem sou, experiências que, traço a traço, pincelada a pincelada, desenham e compõem a minha vida.

Tudo o que está à minha volta influencia sempre o meu dia a dia, e até os meus sonhos. A minha inspiração vai do meu estado de espírito no momento em que pinto - tanto nas viagens, quanto nos artistas que me rodeiam. Todas as peças de um puzzle; da história que vivo e passo a contar através da pintura e da minha arte.



Que história a Maísa cria nas suas obras?

Acredito que há um traço característico transversal às minhas obras: a emoção com que transpareço quando pinto. Esta é a minha narrativa. A minha marca autoral vai além das técnicas; o meu traço solto, a minha aceitação do erro, a minha constante capacidade de rasgar, emendar, e de nunca estar satisfeita é o que move as minhas pinturas! Todas estas perceções estimulam em mim uma vontade de criar uma nova série. Depois eu descubro o que minha alma quer contar-me.

Em termos de método de trabalho, posso dizer que não costumo trabalhar com uma linha estética criativa, mas procuro ser dinâmica. Em cada projeto novo, busco diferentes soluções; a cada desafio, sou capaz de trabalhar muito rápido e gosto de absorver ideias em tudo o que vejo. Assim, inspiro-me nas fases que presencio e nos sentimentos que estou vivendo enquanto pinto. Sou rigorosa, cumpro metas e guio-me pelo coração. Se sinto, pinto. Se no dia seguinte não sinto mais, não forço. Preciso começar e terminar uma pintura no mesmo dia, porque não há um dia igual ao outro e amanhã posso não ter a mesma inspiração e não saber lidar com este mesmo sentimento.



De que forma a arte inspira o amor e a sexualidade?


Uma das minhas séries mais conhecidas chama-se “Love is the answer” (2014). Sou muito impulsiva a pintar os meus quadros, pinto de uma assentada e depois não consigo mais tocar neles. Mas esta série, por exemplo, esteve guardada dois anos, parecia-me sempre que não era a altura certa de a exibir. Quando finalmente o fiz, por acaso estava a apaixonar-me. Enquanto artista, posso dizer que o amor sempre foi exaltado nas minhas pinturas e é um elo que me orienta, embora a sexualidade, pelo menos de uma forma consciente, eu diria que não.


De que forma é que aborda a sexualidade e o erotismo nas suas criações?


Confesso que são temáticas que não penso muito quando estou a pintar. Mas a beleza da arte está nas cores misturadas e o que resulta delas e no traço que uso sem tanto rigor. Aspetos excitantes, de certa forma.


Além da arte plástica, que outro tipo de arte lhe desperta interesse?


Gosto muito de escrever, de me expressar, de usar o corpo. Normalmente pratico muito desporto para cansar o meu corpo e a minha alma falar sozinha nas pinturas.


De que forma a arte influencia o seu quotidiano?


A arte está por todo o lado, por onde passo e no que vejo, quer nas tábuas de madeira que monto para receber amigos em casa, misturando frutas, queijos, pães, a inventar receitas, quer seja a ouvir podcasts e música o tempo todo. Estou sempre a pensar e refletir sobre outras questões e nunca posso estar parada: tudo me impulsiona a buscar mais e mais referências, cores e combinações. Uma inquietação constante.




Qual o significado e objetivo das peças que cria?

O amor é o tema transversal a todas às minhas pinturas, quer seja pela emoção que estou a sentir enquanto pinto, quer seja pela mensagem que talvez queira passar ao mundo...O amor como a única resposta para sobrevivermos.


Maísa Champalimaud, Artista Plástica


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