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Maria João Lopo de Carvalho, Virada do Avesso


Maria João Lopo Carvalho, nascida em 1962, licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, pela Universidade Nova de Lisboa.

Dedicou-se, desde a década de 2000, à escrita de romances e livros infantis, depois de ter uma colaboração como cronista na revista Pais & Filhos e na Xis, esta última editada com o jornal Público. Os seus romances Virada do avesso (2000) e Acidentes de percurso (2001), ambos best-sellers, inscreveram o seu nome na literatura pop. Seguiu-se Adota-me (2004), onde aborda a pobreza infantil nos subúrbios de Lisboa. Estreou-se no romance histórico em 2011com o best-seller Marquesa de Alorna, seguido em 2013 por Padeira de Aljubarrota.

Tem mais de setenta títulos editados, entre romances, livros de crónicas, manuais escolares – com a chancela do Instituto Camões – e livros infanto - juvenis, a maior parte deles no Plano Nacional de Leitura.

O seu primeiro bestseller, Virada do Avesso, foi publicado pela Oficina do Livro em 2000. É presença regular na comunicação social e percorre todos os anos as escolas do Norte ao Sul do país, incentivando o gosto pela leitura nos mais novos.

Hoje com 60 anos fala-nos nesta entrevista da sua paixão pela escrita e pela literatura e a importância desta para todos Nós.


Quem é a Maria João Lopo Carvalho?


Sou uma mulher normal: mãe, avó, amiga, irmã... que nada tem de normal. Uma mulher que nada sabe e que aproveita todos os segundos da vida para aprender.


Define-se uma Mulher romântica?


Não dispenso o louco romantismo dos dezasseis, aliado à louca experiência dos 60.


Qual foi a sua maior loucura por amor?


Amar até ao último respirar, até a fita branca do tempo ter terminado. E saber que a morte é uma curva na estrada.


A escrita é uma boa arma de sedução?


Nunca pensei nisso... escrevo para me salvar da vida presente, escrevo sobre o passado, à procura de respostas, como um shot de puro egoísmo.


Que tipo de público a procura?


Julgo quo o meu público é mais feminino. Os homens procuram livros de História, as mulheres de romances históricos, julgo que a componente ficcional e o meu constante entusiasmo, ajuda a cativar leitoras.


Alguns dos seus livros foi inspirados em vivências pessoais?


Estou sempre presente , embora de forma inconsciente, talvez nas esquinas, ora sombrias ora luminosas das minhas personagens.


Já aconteceu de alguma leitora o abordar dizendo que os seus livros ajudaram a nível sentimental ou sexual?


Falam-me muitas vezes da “ boa companhia” que as minhas histórias lhes prestam. Quanto à “nota técnica” e à “nota artística” das cenas sexuais terá de perguntar às leitoras. Confesso que são, sem sombra de dúvida, as páginas mais difíceis e trabalhosas de escrever, sobretudo quando a abordagem é a masculina!


Acha que ainda existem tabus na escrita erótica?


De forma alguma. Só a lê quem quer. Na nossa liberdade de escolha ninguém interfere.


Vê-se a escrever um livro erótico, baseado nas suas experiências sexuais?


Jamais.


Na sua intimidade usa a leitura como inspiração ou recorre a outras formas?


A leitura é instrumento lapidar para quem escreve.


Considera que nos dias de hoje as redes sociais são uma forma de encontrar o amor ou é um meio mais fácil para a traição?


Sendo certo, que a vida por inteiro está nas redes, nada dispensa as “redes da vida”, longe dos écrans.


Se tivesse que aconselhar um dos seus livros para quem está a passar por crise afetiva, qual dos seus livros aconselharia?


Os meus livros não são “Chiclets para a alma”; podem ajudar a evadir, podem ensinar, inspirar, divertir mas certamente aconselharia a leitura de alguns dos melhores sonetos em língua portuguesa, escritos por Luís Vaz de Camões: está lá tudo! o amor e a rejeição são intemporais.


De todas as suas obras qual foi aquela que teve mais sucesso no público feminino?


Sucesso não será a palavra certa, mas talvez a Marquesa de Alorna – a nossa primeira grande “feminista” - tenha criado laços com um maior número de leitoras.


Que conselho daria a quem está à procura do amor.


Que o não procure. Amar é verbo que se conjuga quando um sopro inesperado e misterioso faz abanar a nossa “casa”. Mais tarde ou mais cedo acontece.

Maria João Lopo de Carvalho, Escritora



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