Insegurança Emocional
Atualizado: 18 de out. de 2021
Falando um pouco sobre algo que muitas vezes passa despercebido, mas que afeta demais os relacionamentos. Refiro-me à insegurança emocional.
Sim… aquela sensação de se sentir não amado, não ser bom o suficiente, aquele desconforto causado por não acreditar ser “útil”. Mesmo quando o outro lado não mostra motivos para tal.
A insegurança emocional é apresentada como um fator de destaque na maioria dos transtornos mentais. Mas foquemo-nos no que respeita ao relacionamento entre duas pessoas.
Existem situações mais gerais que revelam efetivamente a insegurança emocional. Irei destacar alguns.
Nota-se ciúmes/inveja das relações dos parceiros, amigos e familiares, da qual a pessoa insegura não faz parte.
A dependência emocional, a necessidade em consultar o outro para qualquer decisão que precisa de tomar. É um indício da necessidade de validação do parceiro para cada um dos seus atos.
A raiva, a busca constante por discussão.
A baixa autoconfiança, ou seja, alguém que seja emocionalmente inseguro não possui confiança em si mesmo. A dificuldade que sente em conduzir a sua vida torna-a numa pessoa totalmente passiva nos relacionamentos ou então tentará esconder as suas inseguranças emocionais sendo totalmente dominante e agressiva.
O pensamento persistente e entorpecedor de que há sempre alguém mais bonito, mais inteligente, ou mais engraçado, faz com que não assuma riscos e dificilmente sairá da sua zona de conforto, mesmo sendo para o seu bem-estar.
A autoestima envolve o gostar, aceitar a sua própria identidade, aceitar a sua imagem corporal, compreender todos os aspetos que interferem na sua essência como ser emocional e social, o que pode influenciar diretamente de forma positiva a sexualidade ou ser um grande obstáculo para ela.
A sexualidade saudável não se define unicamente pelo ato sexual em si. Envolve as emoções, os afetos, sensações e pensamentos. O libertar-se de qualquer preconceito.
Os sentimentos causados pela baixa autoestima, insegurança, incompetência, inutilidade, cobrança interna, comparação com outros, insatisfação consigo próprio até em outras areas da vida, desencadeiam processos cognitivo-emocionais como sentimento de fracasso e ansiedade. É comum aquando a existência desses sentimentos ocorrer disfunções sexuais, e abalar a estrutura global da pessoa comprometendo significativamente o seu bem-estar e qualidade de vida.
Outro especto importante, o dizer “não” … uma palavra tão simples e, no entanto, tão difícil de expressar para quem carece de insegurança emocional. Aprender a dizer “não” é essencial. Se não fores tu a estabelecer um limite para ti mesmo estarás a permitir-te aceitar pedidos no qual, no fundo, não consideras como justo e te sobrecarregam a mente por saberes que agora tens o dever de o fazer e pelo sentimento contraditório de que não o deverias fazer.
E no fim… acabas por te sentir angustiado e frustrado.
Lembro-me muitas vezes de uma frase que a minha professora de faculdade disse “trabalho é tudo aquilo que fazemos, que não fizemos e que ainda temos para fazer”. Para mim fez-se claro como água, já trabalhava há imensos anos quando ingressei na faculdade, e realmente fazia todo o sentido… podia sentir isso por experiência própria.
Portanto quando dizemos que temos que desligar a ficha, é desligar da nossa mente aquela sobrecarga do trabalho que está projetado para os restantes dias da semana, ou do mês. E conectarmo-nos ao presente, conectarmo-nos ás pessoas e alimentar de forma saudável e positiva as relações que temos no dia a dia. Em vez de entupirmos os nossos pensamentos com “ficheiros” que de nada dependem de nós naquele momento.
O medo da rejeição pelo outro, cada vez mais comum... o pavor de não ser aceite por aquilo que se é, da nossa identidade.
Se pensarmos bem, a rejeição é unicamente assustadora quando não sabemos quem nós somos e o que podemos oferecer ao mundo. Quando temos dificuldade em ver as nossas qualidades.
Quem nunca se sentiu inseguro?...
Sentir-se nervoso perante algo que apareça na nossa vida, como uma primeira vez, uma experiência ou acontecimento marcante para nós, é normal.
É normal sentirmos a incerteza de dar conta do recado, incerteza de conseguirmos vencer, ultrapassar uma situação, um desafio na vida.
O que não é normal, é deixar de se tentar por causa disso.
Deixar de viver e experienciar algo com um medo indefinido da incerteza.
Falemos um pouco sobre alguém com essa caraterística.
A insegurança patológica, tem influência no trabalho, relacionamentos, interação com terceiros, impossibilita-nos de correr atrás dos nossos sonhos. Não esquecendo o nível de stress que combatemos todos os dias na tentativa de controlar todos esses aspetos que nos apoquentam.
O aproveitamento da vida é interrompido pelo receio que os momentos pelo qual está a passar, momentos de felicidade, sejam temporários… e simplesmente desiste… prefere largar… deixar ir...
Nesse sentido, a falta de segurança em si mesmo estimula o aparecimento de outras patologias, muitas vezes bem disfarçadas, e principalmente nos dias de hoje, de tanta correria, de tantos estímulos socias não são tão percetíveis, até ao momento em que não se aguenta mais. Falo da depressão, da fobia social, da timidez excessiva, da postura retraída para com a vida, por exemplo.
E tu, como você estás a viver a tua vida neste momento?
Achas ser inferior por razões sem sentido, simplesmente porque acreditas ser menos que os outros?
O autoconhecimento é importante nessa busca. Tira um tempo para ti, para te conheceres. É importante, e nunca é tarde demais.
Não deixes que o medo te impeça de viver, não deixes que o medo seja superior aos teus desejos e sonhos.
Tudo o que inicia na nossa mente termina na nossa mente. Esse pensamento deve ser transformado para que comeces a tirar partido de todas as tuas virtudes e oferecer á outra pessoa aquilo que és e que tens de melhor.
E lembra-te, nós estamos aqui para ajudar.
Dra. Monica Sampaio, Psicóloga Clinica
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