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Helena Sacadura Cabral, o Amor



Helena Aires Trindade de Sacadura Cabral, uma Mulher que dispensa qualquer tipo de apresentação. Considerada uma das mulheres portuguesas mais respeitadas e admiradas do nosso país.

Com uma carreira notável como economista, professora, jornalista e escritora.


Recebeu uma educação tradicionalista e prosseguiu estudos universitários, contra a vontade do seu pai. Licenciada em Economia pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeira e da Universidade Técnica de Lisboa, foi a melhor aluna do seu curso e, anos depois, seria a primeira mulher portuguesa a ser admitida nos quadros técnicos do Banco de Portugal. Foi técnica superior do Instituto Nacional de Aviação Civil.


Colunista em diversos jornais e revistas e comentadora em televisão, é também autora de vários livros. Concilia ainda a participação cívica com a atualização dos seus blogues.


Autora do livro “O Amor é Difícil”, um livro que fala de amor, em que o amor deve ser o primeiro de todos e da multiplicidade de amores que marcam na nossa existência.


Nesta entrevista fala-nos com a alma de amor, de paixão e de afetos, em que nos abre o coração.


Quem é a Helena Sacadura Cabral?

É a pessoa que a teve a coragem de responder à sua entrevista.


Como se define como Mulher?

Em primeiro lugar, gosto muito de ser mulher. Em segundo lugar, não pretendo ser igual ao homem. O que pretendo é ter o direito de ser respeitada como mulher!


Considera-se uma Mulher romântica?

No tradicional sentido atribuído ao romantismo, de fragilidade afetiva não. Mas tenho um romantismo ligado à tolerância dos que não pensam como eu e que me esforço por entender.


Como define o amor?

Como algo de que todos, profundamente, carecemos. Mas, que nem sempre, temos a capacidade de dar, nos moldes como o outro, que amamos, mais precisa.


Que tipos de amor existem?

Múltiplos. E que só os próprios, em total liberdade e consciência devem definir.


Qual é o amor mais forte?

A resposta imediata seria o amor maternal. Contudo, arrisco dizer que há ligações tão especiais e tão profundas, que nenhum sentimento as suplanta.


O amor tem idade?

Como força de sentimento diria que não. Mas como forma de expressão, claro que sim. Quando se é novo as hormonas fazem com que o amor seja explosão e paixão. Depois, à medida que o tempo passa, o afeto, o carinho e a própria sexualidade vão dar-lhe cores diferentes, mas a meu ver, não menos marcantes.



O sexo faz parte do amor?

Parte vital. Mas há muito amor sem a componente sexo.


O amor sobrevive sem sexo? (refiro-me às relações conjugais)

Dificilmente. Mas sexo não é apenas penetração. É, felizmente, muito mais do que isso. E quando a relação tende a fraternizar-se, importa descobrir comportamentos que compensem essa falha e que não são, por isso, impeditivos de prazer.


E a paixão o que é? (em contraponto com o amor)

É a explosão do prazer do amor. Faz parte do amor, mas não dura tanto como este!


Qual a diferença entre o amor e paixão?

Essa é a pergunta mais difícil deste questionário. Tive a sorte de experimentar ambos!


Pode não ser politicamente correto, mas alguns dos nossos leitores até com um elevado nível cultural confundem as terminologias de desejo e tesão.

- Desejo e tesão serão sinónimos?

Não. O segundo é a expressão corporal do primeiro.

- Qual a sua opinião sobre desejo e tesão? Pois do ponto de vista semântico e linguagem mais pobre usa-se mais tesão, enquanto que, numa linguagem mais rica e nobre usa-se desejo, tentação, entre outros termos.

Não estou muito de acordo consigo. Essa diferença de linguagem dá-se na conversa de salão. Na prática a diferença não será tão sensível!


Acredita no amor à primeira vista?

Acredito sim. Eu própria já o senti. É algo de fulminante.


Sendo a Dra. Helena uma Mulher ligada à espiritualidade, qual a sua opinião sobre questão das almas gémeas e reencarnação?

Não acredito em almas gémeas. Sobre a reencarnação tenho sentimentos muito díspares.




Como encara a morte?

Com a serenidade possível entre o deixar os que amo e a tranquilidade de encontrar os que amei e perdi. Mas não é fácil. Rezo para que não venha a ser um “peso” para os que cá ficam.


Qual o seu maior ato de amor?

Ter tido a sorte e coragem de amar quem amei


Como vê a traição?

Como algo imperdoável. Nunca traí, mas fui traída. E se perdoei, não esqueci.


Nos dias de hoje fala-se muito do poliamor, como vê este possível caminho da sociedade em que possa vir a adotar no futuro?

Respondo-lhe com certo humor. Julgo que nessa matéria cada um faz o que quer desde que livremente consentido. Mas, com a minha idade, há seguramente coisas que aprecio mais, dado que atribuo ao sexo uma enorme dose de intimidade.


Como lida com o envelhecimento?

Continuo a gostar de mim mais velha. E não perdi qualquer hábito para manter esse gosto. Trato-me física e espiritualmente e o espelho reflete, felizmente, um rosto que aprecio.


O Amor cura?

Que tem um poder regenerativo é um facto. Os olhos de quem ama transmitem uma

serenidade e alegria que só quem está sentimentalmente satisfeito consegue transmitir.


Dra. Helena Sacadura Cabral, Economista, Professora, Jornalista e Escritora



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