Fantasias sexuais
Let´s get hot!
Vamos lá aquecer, que hoje o tema é sobre fantasias sexuais, mas com base em evidência científica, as usuais! Sim, as fantasias são um campo da sexologia muito estudado e, portanto, há vária coisas que podemos dizer sobre elas.
Pois bem, um estudo recente mostrou que isso é bastante saudável para a relação pois faz aumentar o desejo sexual e melhora a atmosfera entre o casal. Para aqueles que têm sonhos ou fantasias com outras pessoas que não o seu parceiro: não se preocupem! Os estudos indicam que isso não parece afetar negativamente a relação e que não induz comportamentos que podem prejudicar o casal.
O que são?
Qualquer imagem ou cenário mental que é sexualmente excitante ou erótico para o individuo.
Pode ser uma história elaborada ou um pensamento fugaz sobra alguma atividade sexual, envolver situações bizarras ou cenários realistas.
Podem ocorrer espontaneamente ou de forma intencional e algumas manifestam-se de forma oculta até ao próprio individuo (ex: atração por alguém com um certo traço de personalidade).
Existem 4 categorias:
Exploratória: alusivas ao sexo em grupo, troca de parceiros e cenários socialmente considerados promíscuos;
Íntima: focadas em relações sexuais com apenas um parceiro, e que incluem atividades como beijar, masturbar o parceiro, receber e/ou fazer sexo oral;
Impessoal: conteúdo de natureza fetichista e temas relacionados à prática sexual com estranhos e anónimos;
Sadomasoquista: relacionada com a provocação de dor como meio para atingir excitação sexual, envolvendo jogos de dominação e submissão.
As fantasias mais comuns:
Sexo com múltiplos parceiros (orgias, menagem a trois);
BDSM (Bondage, Castigo; Sadismo; Masoquismo);
Novidade, Aventura e Variedade (ex: fazer algo novo e diferente tal como nova posição, novo local);
Taboo sex (fazer alho que é social e culturalmente proibido)
Paixão, Romance e Intimidade (conecção emocional com o parceiro, sentir-se desejado e apreciado)
Relações não-monogâmicas (ex: swing, poliamor, ter uma relação aberta, etc);
Gender-Bending ( vestir-se e comportar-se como um membro do sexo oposto) e homoeroticismo ( atração erótica por indivíduos do mesmo sexo)
As fantasias sexuais são mais comuns a ambos os géneros, sendo a frequência ligeiramente maior nos homens.
Os homens apresentam mais fantasias exploratórias, impessoais e sadomasoquistas, com destaque para imaginarem atividade sexual com múltiplos parceiros.
As mulheres tendencialmente preferem fantasias de teor íntimo e romântico.
Fantasias dentro de uma relação
Fantasiar sexualmente com o parceiro (fantasias diádicas) contribui positivamente para aumentar o desejo sexual e melhorar a qualidade da relação.
Por outro lado, fantasiar com outras pessoas que não o parceiro (fantasias extra-diádicas) não parece ter um efeito negativo na relação no sentido de desencadear comportamentos que prejudicam o casal.
Concluindo…
A relação entre fantasias e a dinâmica de um casal é bidirecional: as fantasias afetam a atmosfera do casal, mas também são o reflexo da mesma.
Mais uma nota: com o tempo, a novidade e os mistérios dentro da relação tendem a desvanecer e com isto também o desejo sexual diminui. Alguns estudos indicam fantasiar sobre certos temas encoraja comportamentos sexuais e melhora múltiplos domínios da resposta (desejo, excitação). Nesse sentido, a exploração de fantasias é muito utilizada em terapia sexual como forma de melhorar a falta de desejo.
Outros estudos também indicam que as mulheres sentem mais culpa do que os homens em ter fantasias, reflexos de questões culturais e padrões sociais.
Mais uma vez, quem perde somos nos, vamos pôr a culpa para trás das costas e dar asas à imaginação!
Dra. Mafalda Cruz, Medicina Sexual
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