Elsa Raposo, Sex Appeal
Elsa Raposo, ex modelo, ex apresentadora de televisão e atriz. Apresentadora de um programa pioneiro na área da sexualidade de nome Sex Appeal, foi com ele que se tornou um ícone.
Nascida em Lisboa, mas foi para Angola quando nasceu, permanecendo nesse país por 4 anos indo posteriormente para Macau.
Há quase 10 anos, após uma viagem a Angola que a fez apaixonar-se pelo continente africano, Elsa Raposo mudou-se para a África do Sul, onde vive atualmente.
Na década de 80, venceu o concurso "A Mulher Casada mais Bonita de Portugal", e ficou em segundo lugar no concurso "Miss Europa", foi considerada uma das mulheres mais sexy portuguesas.
Hoje com 57 anos, revela como é hoje em dia a vida daquela que já foi uma das mulheres mais mediáticas e fotografadas do nosso país.
Assume que o respeito e a liberdade são fundamentais no ser humano, estando muito ligada à natureza, onde encontra a paz que tanto procurou.
Embora não seja uma pessoa complicada, adora desafios e improvisos.
Enquanto apresentadora confessa que assumia um papel de ousadia, mas nunca foi ousada, mas adora o romantismo, salienta que o ciúme não nos leva a lado nenhum e que nas relações é tudo uma questão de confiança.
Nesta entrevista, Elsa abre o seu coração e fala-nos de um dos seus maiores desafios a nível profissional: a apresentação do programa Sex Appeal.
O que é feito da Elsa Raposo?
A Elsa transformou-se numa mulher mais segura, em que teve que abdicar de uma vida massacrada em Portugal para ir viver para a África do Sul há 10 anos.
Com a vida que levo cá na África, aprendi a viver de uma forma relaxada com muito amor, faço terapia, retiros.
Neste momento, como sempre fui apaixonada por arte, redescobri e redescobriram-me as minhas obras e vou fazer cá uma exposição, sinto-me nas nuvens e estou muito feliz.
Mas a Elsa não desapareceu, está sempre presente.
Como define o seu percurso de vida aos 57 anos?
O meu percurso de vida foi muito interessante porque tive muitas oportunidades, no sentido de ter uma infância muito simpática, como por exemplo viajei muito, estudei. Sempre tive uma vida muito diversificada, quer a nível cultural e familiar, mas sempre na luta. Sou uma leoa, muitas das minhas experiências foram boas, outras menos boas em que sofri bastante, mas a balança está no lado positivo, então este trajeto todo valeu a pena.
Sente-se uma mulher realizada e feliz?
Sim, sinto.
Qual foi o seu maior ato de amor?
Por vezes o maior ato de amor que possamos fazer, é aquele de ter que abandonar os mais queridos para podermos ser felizes, e também porque não há mais amor do que o amor próprio.
O fato da Elsa ser uma mulher tão mediática, considera que esse fator lhe afetou nos relacionamentos?
Bastante. Embora não seja conhecida pelos meus relacionamentos! (risos)
No momento que penso em relações, como tenho pensamento de escritora, algumas das relações que tive não levei muito a sério, nem me envolvi muito porque já sabia que tinham um fim.
Tive um casamento onde tive três filhos maravilhosos, em que consegui transmitir o mais importante, que é o gostar e amar.
Mas relações são relações, sejam o que elas forem e que sejam boas em quanto durarem.
Como lida com o envelhecimento?
Estou muito feliz por envelhecer ao lado de uma pessoa que sabe envelhecer o que para mim é importante. Tenho um companheiro formidável que me faz sentir bonita todos os dias, e que me mima sempre. Evidente que tenho sempre cuidados mínimos como por exemplo uma alimentação equilibrada, cuidados com o meu corpo, pelo tento ter uma vida saudável.
Como foi ser uma das mulheres portuguesas mais desejadas na década de 90?
Por incrível que pareça não tinha essa noção, só mais tarde é que vim aperceber-me do impacto que tive como apresentadora o programa Sex Appeal teve no público. Mas de certa forma naquela altura já era mediática, porque era modelo, participava em programas de televisão e fazia publicidade. Curiosamente, o Sex Appeal lançou-me aos 35 anos, casada e Mãe de 3 filhos, e ver uma mulher projetado num programa com aquele formato, naquela idade, nunca caindo na vulgaridade era muito bom, porque os homens gostavam de ver aquela Elsa e as mulheres ambicionavam ser aquela Elsa.
Como lidava com a sua alcunha de “Mulher Fatal”?
Não tinha essa consciência, mas tive episódios maravilhosos com a época que apresentava o programa, como por exemplo, as pessoas dirigiam-se ao meu marido e diziam que eu era a mulher mais bonita de Portugal! (Risos)
Sempre levei tudo de uma forma natural, de forma a não interferir na minha relação.
Para si o que é o Sex Appeal?
Sex Appeal é tudo aquilo que encanta as pessoas, como o mistério, desejo, encanto e a magia.
Como surgiu o convite para o programa Sex Appeal?
Estava no corredor da Sic, onde ia fazer um casting para uma publicidade, em que cruzei-me com a Júlia Pinheiro, em que ela me abordou e convidou-me para fazer um casting para o programa. Tive a sorte de ser eu a escolhida e trabalhar com aquela equipa fantástica com grandes nomes da televisão e jornalismo.
O fato de ser apresentadora de um programa ligado à sexualidade aumentava-lhe o ego?
Não, porque a Elsa do programa encarnava e representava uma personagem que tinha de fazer show.
Sentiu algum tipo de preconceito por estar à frente de um programa deste género?
Não, pelo contrário, as pessoas até achavam piada e por vezes dirigiam-se a mim com alguma malicia, nós portugueses somos muito maliciosos! (Risos)
Alguma vez pensou que o Sex Appeal fosse ter tanto sucesso?
Sim, porque quando a equipa de produção é de topo e as pessoas envolvidas são as que são, como a Júlia Pinheiro, Felícia Cabrita, Joaquim Vieira e entre outras, tinha tudo para dar certo e sempre acreditei que o resultado fosse positivo e que tivesse a projeção merecida tanto a nível nacional como internacional.
O que aprendeu com o Sex Appeal?
Aprendi tanto, que no trabalho dependemos uns dos outros, que temos de aprender a respeitar e colaborar com todos e também aprendi muito sobre sexualidade!
Na sua opinião acha que o Sex Appeal faz com o sexo seja melhor?
Claro que sim, porque tudo o que seja informação e dicas faz sempre que o sexo seja bom.
O Sex Appeal tem idade?
No meu ver não! E vê-se por exemplo no caso do Pintor Roldan que pintava mulheres com uma certa idade, ele ia buscar a beleza e exuberância da mulher e daí vê-se que existe sempre a beleza e que não tinha idade.
Voltava a apresentar um programa ligado à sexualidade?
Amanhã.
Nos dias de hoje faria uma capa para a revista Playboy?
Hoje com 57 anos, diria que sim, sinto-me uma mulher mais segura.
Como é que lidava com o assédio?
Não tive assim muitos episódios desse tipo, porque sabia qual era o meu lugar.
Acha que o facto de ser uma mulher tão sensual, e quando os homens se aproximavam-se de si, era por ser a Elsa do programa Sex Appeal?
Alguns sim, em que se reconhecia de imediato. Mas sempre fui uma pessoa em que o meu grupo de amigos e família eram sempre o mesmo e a amizade e respeito eram muito fortes.
A nível sexual sempre foi uma mulher confiante?
Não! Depois dos 40 anos, redescobri o sexo e surpreendi-me muito! Embora não pareça, sempre fui uma mulher insegura e tinha vergonha do meu corpo, talvez por desconhecer o que o meu corpo podia oferecer.
Com a idade acha que o sexo vai perdendo qualidade?
Não, é muito mais giro e melhor! (Risos) Tenho a sorte de ter um companheiro excelente que me acompanha em tudo e não tenho medo de me entregar.
Que conselho daria às pessoas para terem mais Sex Appeal?
Não sejam prisioneiras delas próprias!
Qual o segredo aos 57 anos para ter tanto Sex Appeal?
Ás vezes há coisas que nascem connosco e nós não sabemos e com o Sex Appeal é mesmo isso! (Risos)
Elsa Raposo, Apresentadora
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