Descomplicar a Menopausa, por Cristina Mesquita de Oliveira

18 de Outubro, Dia Mundial da Menopausa

Cristina Mesquita de Oliveira, 58 anos, casada e mãe. É licenciada em Ciências da Comunicação e trabalhou na indústria farmacêutica.

Esta mulher iniciou uma batalha de consciencialização, escreve e a sua missão de vida é ajudar as mulheres que estão no processo de vivência da menopausa.

Em 2019 cria o grupo “MDP – Menopausa Divertida Portugal” no Facebook. Nas primeiras três semanas, reúne quatro mil mulheres, atualmente acima de 50.000 entre seguidores e associados na matéria, espalhados por todo o mundo como: Austrália, Brasil, Nova Zelândia, China, Angola, Suécia, África do Sul, Dubai, França, entre outros países.

Também é fundadora da "VIDAs , Associação Portuguesa de Menopausa”, que nasceu durante a pandemia em 2021, março. A sua missão é dar voz às mulheres e a todos que atravessam a menopausa. A Associação tem sido um sucesso e é procurada por todo o tipo de pessoas.

Nesta entrevista ao Love with Pepper, Cristina Mesquita de Oliveira, explica como é viver com a menopausa em Portugal e das adversidades que esta lhe colocou.

O que é a menopausa?

A menopausa é uma fase da saúde e vida reprodutiva das pessoas, como a menstruação e a gravidez que tem as suas particularidades, que devem ser conhecidas para mais facilmente se lidar com os seus efeitos ou sintomas.

Como lidou com a entrada da menopausa?

Lidei com estranheza, porque o meu corpo estava a dar sinais aos quais eu não encontrava resposta e que 99% das mulheres não encontram, levando à confusão da menopausa com doenças. Mas fui em busca de solução.

O que lhe causou a nível físico e psicológico a menopausa?

A partir do momento que descobri o que se estava a passar, procurei resposta e resolvi o assunto, sem grandes danos psicológicos ou físicos e isso está ao alcance de todas as pessoas.

De que modo a sua sexualidade foi afetada?

Está descrito que no processo de menopausa, em 10 mulheres, 7 têm efeitos, sendo que 3 não têm qualquer efeito. Eu devo estar no grupo das 3, porque no meu caso não senti nada que não pudesse ser resolvido.

Chegou a ter desconforto no ato sexual?

Nunca senti. Mas é muito comum que seja um dos efeitos que se sente na perimenopausa.

O desejo e a lubrificação de que forma foram afetadas?

Também não foram afetadas . No entanto, quando acontece deve utilizar-se lubrificação especifica e hidratação. Para o desse, passa por falar abertamente com o ou a parceiro/a.

De forma geral quais os principais sintomas?

Ao que a maioria chama sintomas são, na realidade, efeitos. Os meus efeitos foram alteração do meu padrão menstrual, do sono (dificuldade em adormecer) e “aqueles calores que se tem”.

De que forma a menopausa lhe afetou a sua relação afetiva?

Não afetou. Estou casada há 30 anos.

Na sua opinião, o sexo é melhor, igual ou diferente ou piora com a idade?

Depende de pessoa para pessoa, o sexo é como a vontade de comer ou o gosto literário, mas na minha opinião depende da evolução de cada um e pode ser melhor ou pior. Vai depender de como corre a vida de cada um.

Sente que ainda existe tabu em falar na sexualidade na mulher mais velha?

Em todos os assuntos relacionados com o idadismo existem tabus. O assunto em que, hoje em dia, contrariamente ao que possa parecer, existe mais tabu, não é a sexualidade, mas sim a menopausa e dentro dela existem muitas esferas, que acabam por ser tabu.

Como descomplica a menopausa?

Descomplica-se a menopausa a partir do momento em que temos informação, acesso a cuidados médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e apoio na medicação , mas o mais importante é a informação. Informação é poder!

Sexualmente realizada vida feliz. O lema do Love with Pepper concorda?

Concordo. Considero que a energia sexual é tão importante na vida das pessoas como a alimentação. O exercício é algo que nos equilibra e é necessário ao ser humano.

O sexo é bom?

Para mim sim! (risos)

Cristina Mesquita de Oliveira: Fundadora da VIDAs, Associação Portuguesa de Menopausa

Autora do livro: “Descomplicar a Menopausa”