Conversas entre Mães e Filhas
Quando falamos em educar para a sexualidade a divisão entre pais e mães é frequentemente no que diz respeito aos assuntos e questões dos mais novos.
A literatura diz que as mães são as que mais conversam com as crianças mas realmente quando crescem há assuntos que ficam a seu cargo principalmente se os filhos forem do género e sexo feminino.
As crianças aprendem a todo o momento com a realidade que as rodeia e por isso achar que temos de encontrar um lugar para nos sentar e ter aquela conversa 💭 não é algo correto.
No caso das meninas o tema da menarca, primeira menstruação, é o tema que mais aproxima mães e filhas. Mas não é porque a mãe menstrua que os pais não podem participar no assunto.
A forma como as meninas gerem a sua menstruação é influenciada pela forma como as mães vivem a sua menstruação. O mesmo acontece, muitas vezes, em relação à forma como as meninas se relacionam com o corpo e imagem.
Voltando à menstruação, crenças e desconforto são rapidamente transmitidas de mãe para filha pelo que é importante apoiar as famílias nesta tarefa de educar para a sexualidade. Também podemos assistir a formas diferentes de educar as meninas e os meninos, às meninas fala se tantas vezes de gravidez, de doenças e os rapazes ainda continuam a ser deixados à “solta” sem grande orientação.
As mães são normalmente mais interessadas e preocupadas porque também se espera que chamem a si grande parte da responsabilidade educativa, e a Sexualidade não é exceção.
As mães têm o desafio de dividir com os companheiros, caso estejam numa relação heterossexual a tarefa de conversar sobre todos os temas e não apenas quando o corpo começa a crescer e a menstruação aparece.
Desde cedo a forma como se partilham tarefas e como a mãe gere tudo à sua volta, mostra e ensina às crianças modelos e papéis, como por exemplo os de género. Quem cuida? Quem limpa? Quem arruma? Quem trabalha?
As mães e as mulheres que também educam afilhadas e sobrinhas, têm a função de mudar a perspetiva que se têm do que é ser menina e ser mulher.
Não somos super mulheres, somos pessoas como todas as outras e não há mães perfeitas que nascem com o chip da maternidade.
Ser mãe é um processo em crescimento assim como a educação que se faz desde do nascimento, até a sexual.
Dra. Vânia Beliz, Psicóloga Clinica
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